quinta-feira , 16 outubro 2025

Bon Appétit, Vossa Majestade

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Bon Appetit Vossa Majestade 5

“Bon Appétit, Vossa Majestade” (Bon Appétit, Your Majesty) é um dorama sul-coreano de 2025 que mistura fantasia, romance, drama histórico e gastronomia. A trama parte de uma premissa que prende a atenção: uma chef moderna, especializada em culinária francesa, é transportada para o passado — para a era Joseon — e acaba envolvida nas complexidades da corte real. A cozinha, os sabores e desafios culturais passam a ser ferramentas poderosas da narrativa, tanto para o romance quanto para os conflitos de poder.

  • Origem: Coreia do Sul
  • Ano / Lançamento: 2025
  • Disponível emNetflix
  • GêneroRomance
  • Número de Episódio: 12

Elenco principal “Bon Appétit, Vossa Majestade”

Yeon Ji-yeong – a protagonista. Cozinheira moderna, ambiciosa, talentosa, acostumada ao mundo sofisticado da alta gastronomia. Sua chegada em Joseon testa não apenas suas habilidades técnicas, mas sua adaptabilidade, coragem moral, e capacidade de inovar sob pressão.

Lee Yi Heon – o rei. Personagem complexo: é ao mesmo tempo temido por sua tirania e respeito ao poder, e admirado por suas habilidades culinárias e exigência. Ele carrega traumas, há uma tensão entre sua figura real severa e as fragilidades oriundas do luto ou das traições políticas.


Sinopse básica

Yeon Ji-yeong é uma chef de sucesso em Paris, comandando um restaurante com três estrelas Michelin. Após vencer uma competição culinária de prestígio, ela entra em contato com um misterioso livro de receitas antigo que, durante um eclipse solar, a transporta para Joseon, vários séculos no passado.

Lá, ela cruza o caminho do Rei Lee Yi Heon, um monarca tido como tirânico, exigente e com um paladar extremamente apurado. Ele mistura traços de rigidez, trauma pessoal e poder absoluto. Inicialmente, Ji-yeong se encontra em grande perigo: se suas criações não satisfizerem o rei, ela pode pagar um preço muito alto — literal e figurado. Eventualmente, ela assume o posto de chef de palácio, o que a coloca em posição de constante prova: cozinhar com ingredientes limitados, lidar com hábitos, hierarquias e rivalidades palacianas, e ao mesmo tempo preservar sua própria identidade e valores modernos.



Temas centrais

  1. Choque de culturas e adaptação
    A protagonista vem de um mundo muito diferente: técnicas de cozinha modernas, mentalidade individualista, liberdade, recursos abundantes. Em Joseon, ela encontra restrições, protocolos rígidos, hierarquias sufocantes, recursos que nem sempre existem. Como adaptar seu talento a esse novo contexto se manter fiel a si mesma?
  2. Poder, autoridade e moralidade
    O rei representa autoridade extrema; há abusos, injustiças, segredos. A relação entre poder e compaixão, ou entre poder e trauma, é explorada. Ji-yeong é forçada a escolher entre agradar o rei (ou sobreviver) e agir conforme seus princípios.
  3. Culinária como arte, diplomacia e expressão de identidade
    A comida na trama é mais do que um detalhe decorativo: é um campo de batalha simbólico. É arte que desafia expectativas; é ponte entre o passado e o presente; é meio de tocar emoções, provocar memórias, gerar reconciliação. Também serve para mostrar identidade cultural, ingredientes locais, tradições culinárias de Joseon, ou como contraste entre o antigo e o moderno.
  4. Romance sob circunstâncias adversas
    O amor surge num cenário de desigualdade de poder, medo, perigo. Há tensão, desconfiança, tensão entre dever e desejo, entre lealdade e ambição. O relacionamento entre Ji-yeong e o rei é construído aos poucos, entrelaçado com respeito, temor, fascínio e vulnerabilidade.
  5. Sobrevivência, sacrifício e escolha de destino
    A protagonista está presa entre dois mundos — o moderno do qual vem, e o antigo onde está. Decide de que lado está, até onde aceita mudar, até onde às vezes renunciar ou lutar. Há sacrifícios pessoais, dilemas: insistir em mudanças pode ter custo alto.

Estética, ambientação e estilo

A produção visual capricha: figurinos, cenografia, reconstituição histórica do palácio de Joseon — arquitetura, utensílios antigos, espaço da cozinha real, jardins, trajes reais — tudo isso cria atmosfera imersiva.

Os contrastes visuais são usados para marcar o deslocamento temporal: Ji-yeong vindo da vida moderna em Paris para o cenário ancestral. Esse choque é refletido nas cores, luzes, objetos, utensílios.

As cenas de comida merecem destaque: preparação, apresentação, close nos ingredientes, o ritual de servir, degustar. A comida não é só apetite visual, é elemento narrativo.

Direção e ritmo: mistura de momentos de leveza, humor, tensão, drama político. Equilíbrio entre cenas mais lentas de desenvolvimento de personagem e outras de urgência, perigo ou confronto.


Produção e curiosidades

A série é baseada em uma web novel (ou webtoon) coreana, o que é comum no universo dos doramas modernos.

O diretor tem experiência em dramas históricos e fantasiosos, o que ajuda no tom de fusão entre o antigo e o contemporâneo.

A atriz principal, em muitos relatos, precisou lidar com os desafios práticos de representar uma chef moderna, recuperar credibilidade culinária, e ainda lidar com vestimentas, etiqueta de corte, protocolos históricos.


Pontos fortes e possíveis limitações

Pontos fortes:

A originalidade de misturar viagem no tempo + cozinha + corte real. É um prato distinto entre os doramas, o que chama atenção.

Fortes cenas de comida e estética gastronômica: para quem gosta de ver pratos, ingredientes, cultura culinária, há bastante deleite visual.

Boa química entre protagonista e rei, com conflito que vai além do romance puro: há background psicológico, político.

Ritmo que alterna momentos de tensão, drama pessoal, rivalidade, romance.

Limitações potenciais:

Pode ser que alguns episódios sejam previsíveis em certos arcos (amor impossível, rivalidade de corte, o poder do rei sendo desafiado etc).

O uso de viagem no tempo às vezes exige suspensão de descrença: como certas tecnologias, comportamentos ou conhecimento moderno se encaixam historicamente? Pode incomodar puristas de história.

Em produções com apenas doze episódios, pode haver pressão para resolver muitos conflitos rapidamente, o que pode deixar algumas pontas soltas ou desenvolvimento mais superficial de certos personagens secundários.


Recepção e impacto

A série teve boa aceitação tanto na Coreia como internacionalmente — alcançando rankings elevados na Netflix.

Foi comentada como um dos sucessos recentes no gênero de romance histórico com fantasia, mostrando que há espaço para inovações dentro desse tipo de dorama.

Para fãs de culinária e cultura, despertou interesse em pratos, em ingredientes tradicionais, em história de Joseon.

Também gerou discussões: até que ponto o dorama se distancia da realidade histórica por causa do elemento fantasma/fantasia; o rei tirânico vs rei humano; etc.

Galeria

Bon Appétit, Vossa Majestade | TRAILER OFICIAL 

Conclusão

“Bon Appétit, Vossa Majestade” é um dorama que acerta em combinar sabor e drama — literalmente. Ele oferece uma experiência multifacetada: visualmente satisfatória para quem aprecia gastronomia, emocionalmente envolvente para quem gosta de romances tensos com poder e segredos, e interessante para quem curte fantasia ou viagem no tempo num contexto histórico.

Se você gosta de doramas que te façam sentir fome só de assistir, que tenham cenas de cozinha bem feitas, personagens poderosos e dilemas morais, esse tem tudo para agradar. Pode não ser tão leve se você espera só romance fofo — há momentos de tensão, intriga, perigo —, mas é exatamente essa mistura que o torna memorável.

Você não pode perder os doramas que estão conquistando o público em 2025

Escrito por
Rebeca Rios

Blogueira cuja paixão pelos doramas asiáticos a transformou em uma referência no universo online para fãs da cultura pop asiática